segunda-feira, 25 de julho de 2011




Roga-me uma praga perecível
E diz quem tu és afinal
Nas noites claras
Você é a única mancha negra em meu vestido
Quero saltar para andar nas alturas
Pois andar rastejando já basta
Me pega e agarra pela cintura
Cintura fria e crua
Me assa, me queima e coma
Me deixa realmente em coma
Suja minha cara de batom
E me diz que estou mascarada
Quero sorrir e chorar
Cheirar o podre odor das minhas feridas
Deita-me numa banheira de café quente
Até que toda ingenuidade aqueça, ferva e evapore
Corta tua língua com uma navalha
E beija-me levemente
Para com você sentir-me
Uma sede de vinho sangrento
Eu adoro te devorar
É como ficar com o freezer aberto
Olhando tua carne congelada em pedaços
E decidir que mais uma vez por te amar assim
Meu jantar de novo
Será você.


/ Não tem como modificar um sentimento. Ou você mata ele, ou o vive. Não dá pra você transformar ele em algo diferente, com menos força, que te cause menos dor.


By: Inayara Thuanny

segunda-feira, 16 de maio de 2011

I should be happy now.




Hoje em dia, depois das tempestades e dos choques elétricos, me vejo sentada, despreocupada, dessa vez sem ter medo do que vai ser da minha vida no próximo sábado a noite. Noites movidas por dois ou três amigos fodidos rindo das vidas que levam - fodidas, também - com todos os clichês e histórias de fundo de filme, desejo de saber o que poderia ter sido e alguns brindes ao que deu certo, e ao que não deu também.
Às vezes me dá uma dó de mim mesmo. Não porque também sinto que ninguém sente pena de mim... É dó por saber que eu poderia ter feito, sido, agido, desistido melhor do que eu fiz. Me dá dó de mim por ter tido dó de quem não teve dó.
Estive tão perdida, no meio de uma multidão que jogaria pedras em mim caso eu desse qualquer passo fora do ritmo.
Eu tive tanta pena de mim, por tanto tempo... E, mesmo sem ser a causa dos meus arrependimentos, você me perdoou, me deu a chance de não errar mais, para que eu mesma me perdoasse um dia. Meus problemas não existiam. Você dissipou cada um deles com uma força tamanha e tão leve... Como quem pisca os olhos para afastar alguma poeira de perto.
Eu gostei - eu te amei - de verdade. Já sabes que joguei de forma suja, e por fim, errei novamente, não obtive perdão total, mas fui desculpada. Desculpei seus erros, ou deixei de considerá-los erros, e sim tropeços, já que você não sabia onde pisar.
E não sabia mesmo.
Qualquer um contaria nossa história como quem fala de uma tragédia tamanha. E eu não ligaria, pois foi bem isso. A gente só deixou que avalanches de novas possibilidades caíssem por cima de erros, e erros imperdoáveis, por máscaras ruins de pessoas sem coração, que não consideram as besteiras que fazem ou sequer se arrependem delas.
E eu me pergunto qual foi o erro final, e me perco em tantos.
Eu tento guardar memórias longas de uma tarde quente, com o céu meio amarelo, meio azul, de chuva forte no dia seguinte, e de vezes que cuidei de você por puro carinho... Pois você sempre soube se cuidar.
Mas essas memórias estão corrompidas, me parecem falsas, nunca vividas ou desnecessárias de se lembrar.
Já dizia Caio F: "Se ao menos dessa revolta, dessa angústia, saísse alguma coisa que prestasse..."
Mas minha revolta é pessoal.
Me revolto por ouvir que não fui suficiente e não supri suas necessidades, sendo que o tempo todo, quem pedia para ser salvo era você.
E lamento que você não tenha sido forte o suficiente para carregar todo o amor que eu te dei, com seus dois braços. E foi muito, até. De escorrer pelos dedos, de cair pelas mãos, de escorregar, cair no chão, ser pisado, deixado para trás.
Lamento ter deixado de me amar para poder amar você.
Essa é a última vez que vou escrever para você.
Sou fria o suficiente para curar todas essas feridas de batalha e também de enxergar cada lembrança como apenas um fio de linha que se arrebentou de todo um carretel que vai ser a vida - que existe SIM - sem você.
Talvez eu não tenha suprido suas necessidades, ou talvez você queira viver uma vida de eternas necessidades. Mas não quero perder tempo pensando mais no que me fez tão mal e já não me faz bem.
Eu desejo toda a felicidade do mundo para você.
E bastante cuidado nos próximos passos que você vai dar em terrenos desconhecidos. Mais uma vez.

sábado, 30 de abril de 2011



Todas as pessoas a quem me aproximo já me machucaram.
Eu perdoei, dei a famosa segunda chance.
Mas é algo irreversível, algo que nunca será como antes. E mesmo assim elas conseguem inventar formas piores de me machucar. Como uma grande disputa de quebra de braços. Só sei que cansei de tanto egoísmo assim. Não aceito sofrimento, muito menos de graça. E fodam-se se não fui boa o bastante e se não me querem ver erguendo a cabeça e deixando tudo pra trás. Eu não tenho culpa se eu consigo passar por cima de tudo isso e sempre ficar bem.
E pouco a pouco eu retiro essas pessoas dos pedestais e dos lugares mais especiais que as guardei, pra poder dar espaço à outras. São promessas incertas, sem garantia de que vai ser diferente dessa vez... Mas mesmo assim, não será igual ao que aconteceu. E pouco a pouco isso se cicatriza, e esses espaços são totalmente ocupados por pessoas que valem a pena, de verdade.

Porque, diferente dos outros, eu não cometo o mesmo erro duas vezes.

By:Inayara T


Âmago
Ao som de Smiths eu tento escrever alguma coisa que faça com que eu não me sinta tão insignificante
Ultimamente o insignificante vem preenchendo o vazio que a muito me consome
Faz dias que venho caçando palavras com uma rede de fumaça
Fumaça toxica, sabor cereja.
Outro dia entre pernas e abraços eu senti um desconforto
Eu odeio desconfortos impróprios
Odeio também relembrar o passado e sorrir para o mesmo
No mesmo dia, aquele desconforto me tirou lágrimas secas
Fez outro alguém chorar e morrer por dentro
Mais uma vez eu coloquei a mostra o ser inútil que mora em mim
O desconforto permaneceu em mim, se tornou algo chato, incômodo, ou seja, exatamente como um desconforto tem que ser.
E sabe o que mais odeio?
Sentir as emoções tremerem e abraça-la com as pernas
Odeio mais ainda permitir que o desconforto me banhe, pra depois fitar o vão, olhar o teto, deitar no chão gelado e sentir a inquietação fluir sobre a minha pele
Talvez eu esteja ficando maluca, doentia, devota da dor
Masoquista? Talvez.
Gosto do sofrimento, gosto de cavar feridas, cavar tão fundo e com os dedos, aponto de machucar e misturar lágrimas, sangue e suor.
Sou de conduta misteriosa, agressiva e incerta.
Culpada confesso.


p.s. postando a pedido do meu fiel leitor, tenho certeza que único
um amigo incondicional e maravilhoso
ei menino do castelo de areia, eu ainda não postei o que prometi mais em breve, muito em breve terá o seu post aqui prometo ^^

Identidade camuflada e um gosto de café extra forte amargo
Sempre com um cigarro do lado esquerdo do bolso
E o pensamento fúnebre que me limita
E sempre a velha máscara moldurando minha face
Sou uma criatura fora do padrão
Não sou alguém com dons especiais, que se preocupa com a saúde da população, com a destruição do mundo ou quem inventou a moda clichê juvenil
Sou vazia e contraditória
Que faz da pouca vida, arte
Posso ser um alguém ou também ninguém depende pra quem
Mais não acho que haja alguém afim de preencher algo que se esvazia a cada amanhecer
Mais o que estou dizendo ?
Essa melancolia essa auto destruição
Queria contar meus dias, como se eles realmente me importassem
Queria que coisas interessantes me deixassem boquiaberta
Queria que as tardes de domingos não fossem tão vazias
Expressar minhas vontades á qualquer
Mais tudo sempre igual
Intacto... visivelmente mecânico!
Não vamos olhar para o passado, ele não tem olhos
Não vamos brincar com o futuro, ele nunca usa os mesmos jogos

p.s. hoje ela se acorda com os mesmos sonhos fracassados, se olha no espelho e recebe a sua própria auto crítica


By: Inayara T

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011


Fui pra tão longe em busca de algo que eu não pude trazer pra casa. É como ir naqueles lugares maravilhosos, que dá vontade de ficar pra sempre, que você vai, tira uma foto ou traz um cartão postal.
Mas agora eu já voltei e me contento com os lugares que eu sei ir de olhos fechados, com as pessoas que eu reconheço de longe, com esses cartões postais daqui mesmo, que não tem mais espaço na minha caixinha memorial .
Eu não sei cativar pessoas. Não sei correr atrás de sonhos e muito menos prender vagalumes em potes. Não sei saltar muros altos e nem tenho o cat leap perfeito, não sei abrir exceções, não consegui ficar parada mesmo com o pulso doendo e na maioria das vezes minhas palavras não duram muito.
Agora que vocês sabem que eu sou uma perdedora nesse assunto todo, e puderem me fazer um pequeno favor, me deixem ao menos ter coragem, mesmo sabendo que não é sólida e não dá pra colocar numa caixa, e me deixem ir de cara no muro de novo, até eu entender o quão real são esses tijolos e poder contar quantos hematomas são precisos pra enxergar o outro lado. Só me deixa. Deixa esse concreto me dizer que é hora de desistir.

- Os sonhos são artifícios usados por quem não vive a vida que quer viver.



By: Inayara T


P.S. Blog a moscas.... ^^

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


Dear Diary
Ando cheia de tudo
Escrever é me esvaziar
Tudo me cansa
Me da náuseas, me entedia
Tudo me é enfadonho
Me cansam as pessoas
Todas elas me enchem
Enchem de vazios, vaidades,
Futilidades e pensamentos clichês
Me enchem de devaneios vãos
Que me fazem rir pela ironia
Até o gosto ácido que fica
No céu da boca
Já me irrita profundamente
Esses gostos misturados
Me impedindo de fumar outro cigarro.


By: Inayara T